sexta-feira, 10 de julho de 2020

Pule, Arya! - Capítulo Dois: Corpo à deriva



Dois anos se passaram depois do falecimento de Caleb, e durante esse tempo a vida de Arya virou de cabeça para baixo. Sua maior paixão, o circo, ela desistiu. Para ela, era difícil estar em um lugar que só a fazia lembrar do pai e o quanto ele era feliz ali. Agora, sua vida se resume em ser baby sitter e cuidadora de idoso. Já sua mãe preferiu continuar sua vida circense. Ela tinha certeza que era isso que seu amado esposa desejaria.



— Oi mãe! — Arya atende a chamada de vídeo da mãe. — Como estão todos por aí?
— Oi querida! Estamos todos bem. Las Vegas é linda! Você iria amar.
— Que bom que a senhora está feliz, mãe.
— Estaria mais feliz se você estivesse aqui.
Arya não responde ao comentário da mãe, deixando um silêncio constrangedor no ar.
— Mas eu respeito sua decisão, querida. Eu quero te ver feliz.
— Obrigada, mãe.
— Você e Casey, como estão?
— Estamos bem. Por quê?
— Quando vocês irão assumir esse relacionamento?
— MÃE!!!! — Arya dá um sobressalto. — Nós não temos nada. Somos amigos. — Ela faz uma pausa. — Não posso negar que ele amadureceu e vem me ajudando muito, mas é apenas isso.
— Ah... que pena! Eu torço muito por ele.
— Afffff, senhora Dandara. — A filha comenta ironicamente. — Eu estou muito bem solteira. Pare de querer empurrar o Casey para mim.
— Okay! Não está mais aqui quem falou.
— Acho bom!
— Mas ele é um amorzinho!
— Mãe! — As duas caem na risada.
—Querida, vou ter que desligar. Vamos ensaiar algumas novas atrações.
— Maravilha mãe! Fico feliz em saber que o investimento que o sr. Richardson conseguiu, está sendo bem utilizado.
— Vou te confessar algo... estava bastante preocupada. Nós sabemos que Jordan quando tem dinheiro na mão, quer esbanjar. Mas parece que ele mudou.
— Assim espero, mãe! Quero ver o circo voltando com força total.
— Que assim seja, querida. Fique com Deus! Te amo!
— Também te amo, mãe!
As duas se despedem e por fim, Dandara desliga.




Largada no sofá, hora depois da ligação de sua mãe, Arya tem uma súbita vontade de treinar. Esse sentimento há muito tempo não invade seu coração.
Caminha, então, até seu quarto e abre a última gaveta de seu armário. Observa por um tempo seu estojo de facas. Dá um leve suspiro. Lembranças dos treinamentos com seu falecido pai invadem seus pensamentos. “Pai, sinto tanto a sua falta. ”
Arya pega seu estojo e passa lentamente os dedos sobre o couro envelhecido. “As coisas têm sido tão sem graça sem você aqui...” Ainda segurando o estojo, Arya caminha até o quintal de sua casa, onde há um pequeno jardim, uma mesa de madeira com alguns bancos rústicos e uma churrasqueira, nitidamente precisando de reparos.
Ela larga o estojo sobre a mesa e observa, por alguns minutos, as árvores que estão em sua frente. Caminha com passos largos até uma delas. “7 passos...” Faz o caminho de volta com a mesma passada. “É isso, Arya... vamos ver se ainda se lembra do que seu pai lhe ensinou...”
Ela abre o estojo e analisa atentamente cada faca. Mesmo tê-las guardado durante tanto tempo, todas estão intactas.



Pega três e as coloca entre os dedos da mão esquerda. Dá alguns poucos passos e fica em frente a árvore. Respira fundo e lançou a primeira. Erra. Lança a segunda. Tira uma pequena lasca da árvore. Lança a terceira. Consegue cravar a faca, mas não no centro do tronco. 
— DROGA!!!! — Pragueja e chuta o chão subindo um pouco de poeira.

— Calma, gatinha. O chão não tem culpa. — Casey comenta rindo encostado a porta.


Arya se assusta. — Poxa, Casey! Quer me matar?
Ele caminha até ela. — Não quero ficar viúvo cedo.
Ela finge jogar uma faca. — Por que você não encarna em alguma vizinha?
— Adoro te tirar do sério – Ele ri fingindo esquivar da faca invisível.
Arya revira os olhos e pega todas as facas. — Você é simplesmente ridículo. — Encaixa as facas dentro do estojo e depois o fecha.
— Já acabou o treino? Ficou tímida com a minha presença?
— Pare de se iludir, Casey! Você acha que me intimida? 
Casey abre a boca para responder ao comentário de Arya, quando é empurrado, caindo quase de cara no chão.
Três caras param próximos a porta do quintal. Estão usando máscaras no rosto para não serem reconhecidos. Todos são musculosos e vestem roupas pretas.


— Estamos atrás de Richardson. Onde ele está?
— O circo saiu em turnê. Estão visitando várias cidades. – Comenta Casey.
Arya tenta abrir novamente o estojo com suas facas, mas é pega no flagra por um dos homens. – Hey! Nem pense em fazer nada que não possa arcar com a consequências depois. – Olha para ela com uma arma apontada. 


— Aproveitem que estamos bem humorados, então abram logo a boca e digam onde Richardson está.
— Por que vocês estão tão desesperados atrás dele? – Arya questiona.
— Não tenho obrigação de lhe responder. Mas... — O cara mais alto se aproxima dela. — Podemos fazer uma troca... — Ele acaricia a face dela.
Em reflexo a carícia, Arya defere uma bofetada na face do homem. — Não sou qualquer uma que você pode tocar.
O homem esfrega a mão no local da bofetada, dá um olhar fulminante para Arya e revida a bofetada.
A força foi tamanha que Arya cospe um pouco de sangue.
— ARYA!!!! — Casey a chama em berros. Seus olhos estão arregalados.
— Acho que agora chamei a atenção de vocês. – Ele ri cinicamente. — E então... qual é o paradeiro de Richardson?
Arya e Casey ficam em silêncio.
— O gato comeu a língua dos dois? Olha só... – Ele puxa Arya pelos cabelos e ela grita.
— ME SOLTA!
— Sou um homem muito paciente, mas vocês não querem cooperar... então...
— Nós não sabemos onde o circo está. – Casey desabafa.
O homem, ainda sem soltar os cabelos de Ayra, a encara. — Gatinha selvagem, você irá abrir a boca? Nós sabemos que sua mãe está com o Richardson.
— Claro que ela está... Ela é funcionária do circo.
— Então me diga onde eles estão...
— A última vez que falei com ela, eles estavam em Houston... — Ela blefa.
— Não sei porque, mas não confio em você. — Ele solta os cabelos de Arya, mas não tira os olhos dela.
Enquanto ela se recompõe, ele a puxa colando seus corpos e colocando suas mãos dentro dos bolsos da calça dela. — Agora saberei se o que diz é verdade. — Puxa o celular que estava no bolso esquerdo da calça.
— Hey! Me devolva. – Ela dá alguns pulinhos tentando pegar o celular.
O homem parece gostar de deixá-la revoltada. Dá um riso irônico, segura o braço dela com força, colocando, em seguida, o polegar na tela do celular, que rapidamente é desbloqueado. O homem solta o braço de Arya e inicia sua busca para encontrar alguma pista do paradeiro de Richardson.
Arya fica inquieta. Seu olhar alterna entre Casey e o seu agressor.
— Interessante... – O homem faz uma pausa. — Você mentiu para mim...
Os olhos de Arya se arregalam.


— Levem o rapazinho para dentro e... – O homem olha para Arya – Vocês sabem o que fazer.
— Não! Ele não tem culpa de nada. Ele realmente não sabe onde eles estão. Se você quer castigar alguém, que seja eu.
— Você irá me dizer onde eles estão?
Ela balança a cabeça afirmativamente. — Eles... estão em... Las Vegas. — Ela diz gaguejando.
— Viu como não foi difícil? — O homem comenta ironicamente — Podem leva-lo.
Casey tenta se soltar, mas os dois homens são muito mais fortes e saem carregando-o para dentro.
— Você prometeu não fazer nada com ele. — Arya fala com a voz embargada.
— Eu prometi alguma coisa? — Ele ri cinicamente. — Gatinha selvagem, a culpa foi sua por mentir para mim.
Arya se assusta com os gritos de dor do amigo que está sendo espancado.  
— Espero que você aprenda a não mentir mais para pessoas como eu. Mentiras sempre fazem alguém sofrer.
Arya vai andando de costas, na tentativa de se afastar do homem.
— Nem se você correr, conseguirá escapar. — Com apenas dois passos ele consegue pegar Arya e jogá-la no chão.
Ela cai e solta um gemido de dor.
— Acho que a gatinha selvagem precisa ser domesticada. — Ele tira um soco inglês do bolso da calça. — Está na hora de começarmos a nossa brincadeira. — Sem deixar que Arya se defenda, o homem desfere uma sequência de 5 socos no rosto da garota.



Arya não consegue falar e muito menos enxergar. Seus olhos estão inchados e sua boca sangrando. Sua cabeça lateja fortemente.
— Agora que você já sabe quem manda, vamos para a diversão. — Ela a pega, jogando-a no ombro e depois a larga sobre a mesa.
Arya tenta resmungar algo, mas o único som que sai de sua boca é um gemido.
O homem se aproxima da mesa. Lentamente passa as mãos pelo corpo da garota. — Você tem uma pele macia, sabia? — Ele se inclina. Tirar a máscara e dá um sorriso de vencedor. 



— Pode gravar o meu rosto em sua mente. Quero que você sempre sonhe comigo. — Comenta vitorioso. — Te darei meu primeiro presente. — Dá uma mordida no pescoço dela deixando as marcas dos dentes e depois passa a língua no mesmo lugar. — Uhm... adorei o sabor... isso pode se tornar viciante. — Sem se mexer muito, ele rasga a camisa de Arya, deixando a mostra seu sutiã. 
Arya de debate sobre a mesa, mas o homem é mais forte. Ela pode sentir uma das mãos dele percorrer sua coxa, subindo lentamente e abrindo o zíper de sua calça. O medo e o pânico consomem todo o corpo da garota. Sua respiração e seus batimentos cardíacos estão acelerados.
O homem a puxa deixando o quadril dela para fora da mesa, e ele fica em pé entre suas as pernas.
Arya percebe que não há mais nada o que fazer. Seu corpo não responde a qualquer movimento. Suas forças não existem mais. Não há ninguém para salvá-la. Enfim.... é o fim. Ela, então, fecha os olhos. Sente o homem arrancando sua calça. Ouvi um riso debochado e logo em seguida tudo se torna silêncio e escuridão.




Continua...





4 comentários:

  1. Respostas
    1. Estou tentando me planejar para postar um capítulo por semana ^_^

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  2. Show mas ficou a ansiedade pelo outro capitulo

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    1. Estou tentando me planejar para postar um capítulo por semana ^_^

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