segunda-feira, 27 de julho de 2020

Pule, Arya! - Capítulo Quatro: Deus Poseidon





Aiden percebe que Arya o observa. Levanta a sobrancelha esquerda ao analisar o rosto da garota. — Há algo de errado comigo?

— Âh? O quê? — A garota é arrancada de seus pensamentos a força.
— Meu rosto está sujo? — Ele encara a garota. — Ou você quer me dizer alguma coisa e está sem coragem?
— Eu... sem coragem? Aiai... — Ela fica completamente sem graça com o comentário dele. “Putz! Por que eu tenho que ser tão transparente quando se trata dele? Eu preciso me acalmar. Não posso ficar com cara de boba assim.”  — Estou esperando você nos explicar o seu plano.
— Não preciso explicar meu plano. Eu só precisava saber se você iria querer minha ajuda ou não. O resto pode deixar comigo. — Aiden comenta confiante.
— Espera aí...como assim não precisa me falar sobre seu plano? É a vida da minha mãe que está em jogo.
— Eu sei disso! Nunca tive problema com minhas missões. E não será essa que dará errado.
— Eu concordo com Arya. Nós não podemos ficar no escuro. Devemos saber o que você tem em mente.
— Nós? Por que você está se incluindo? — Aiden olha para os dois. — Até onde sei, a situação diz respeito a família de Arya.
— Mas eu faço parte da família dela. — Retruca Casey.
— Amigo não é família. E mais... você não pensa em seus pais? Eles devem estar preocupados com seu desaparecimento.
— Eu penso primeiro no bem-estar de Arya. E meus pais não são tão ligados a mim, como você pensa. Então depois eu entro em contato e conto alguma mentira.
— Er... Casey, eu concordo com Aiden. Por mais que vocês tenham suas indiferenças, eles são seus pais. Você não pode moldar sua vida em razão da minha. — Arya comenta olhando serenamente para o amigo.
— Arya, você conhece muito bem a relação que não existe entre eu e meus pais. Então não ouse querer me colocar para escanteio. Não aceitarei te deixar sozinha. Por mais que Aiden tenha nos salvado, nós não o conhecemos. — Ele olha para Aiden. — Desculpa aí, cara. Agradeço muito por tudo. Mas seria loucura minha deixar Arya com um desconhecido.  “Não posso deixa-la sozinha com ele. Já percebi o quanto Arya fica mexida ao lado dele. Não irei perder essa guerra.”
Aiden suspira e balança a cabeça. — Não irei gastar minha energia discutindo sobre isso. Você quer vir conosco? Tudo bem! Mas deverá seguir as minhas ordens. Ou coloco você no olho da rua. — Ele olha sério para Casey. — Ou melhor... faço você desaparecer.
Arya e Casey se entreolham.
— Irei arrumar tudo para nossa partida. — Aiden se levanta e se distancia.
— Caramba! Ele está começando a mostrar suas garras.— Casey desabafa. — Ele é bipolar?
— Ele se mostrou diferente? — Arya pergunta.
— Bem diferente. Pelo menos demonstrava ser outra pessoa quando se tratava do seu bem-estar. - Casey cala-se rapidamente. “Droga! Eu e minha boca grande! Não posso fazer propaganda a favor dele.”
— Provavelmente ele não quer se responsabilizar por algo de ruim que venha acontecer com essa missão. Vendo por esse ângulo, eu acho sensato da parte dele. 
— Não acho que seja isso. Mas mesmo que for, eu posso muito bem cuidar de mim. E se algo acontecer, ele não será responsabilizado.
— Casey... eu só não quero que você se machuque. Não seria melhor você pensar mais sobre essa loucura em querer ficar com a gente?
— CLARO QUE NÃO! — O rapaz se altera. — CARAMBA! Por que você quer me afastar?
Arya arregala os olhos. — Hey... calma! Só estou preocupada com você. — Ela se levanta. — Irei dar uma caminhada na praia... preciso de ar puro.
Arya, depois de caminhar durante um tempo, senta-se na areia; lugar próximo de uma muralha de pedras. O local tem uma sombra causada pela copa de uma enorme árvore. A brisa é bastante convidativa a permanecer ali. “Se as coisas não estivesse tão complicadas... eu poderia aproveitar tanto esse lugar.” Sente-se nostálgica e com saudades de sua mãe. Ela fica um breve momento brincando com a areia, passando os dedos e criando alguns desenhos estranhos. Suspira. 
Seu olhar capta alguém saindo do mar. Curiosa, por não ter visto nenhum tipo de movimentação anterior, Arya mantem seu olhar focado na praia, mas por conta da iluminação solar, ela coloca uma das mãos sobre os olhos.
As ondas estão calmas, o que facilita a visão de Ayra. Seus olhos ficam completamente arregalados. “O que é isso?!” Ela se levanta lentamente sem acreditar no que ver. “Não é possível!” Ela esboça um risinho. “Eu devo estar devaneando...” Ela coçaria os olhos, se suas mãos não estivessem sujas de areia. “Aiden saindo da água como se fosse o próprio Poseidon?! Socorroooooo!” Ela fica impactada com aquele peitoral completamente nú.
Aiden sai do mar sacudindo os cabelos e caminha em direção a garota.
Ela fica imóvel, apenas observando-o sem acreditar no que está vendo. Pisca várias vezes. Quer ter certeza que essa cena é real.
Sem dizer nada, Aiden se aproxima de Arya, colando seus corpos rapidamente. Leva a mão direta ao rosto dela. Acaricia e depois passa lentamente o polegar sobre os lábios da garota. Esboça um sorriso safado.
Arya engole em seco e tira os olhos dele, envergonhada.
— Hey... não acredito que está com vergonha. Passou o dia todo os olhos sobre mim... — Sem aviso, Aiden encosta seus lábios contra os dela. — Uhum... lábios macios.
A mente de Arya está completamente em torpor. Não sabe se sai correndo e se o agarra.
— Só curta o momento! – Ele dá uma pequena mordida no lábio inferior dela.
— Isso não está certo. – Ela tenta se afastar, mas não de uma forma convincente. 
— Você vai negar que sente algo por mim? — Ele sussurra — Eu estou aqui... na sua frente. Faça o que você tem vontade. — Os dedos dele serpenteiam pelo braço dela, fazendo-a arrepiar.  
Tema Arya e Aiden

A respiração de Arya está curta e sobressaltada. Ela toma coragem e acaricia os braços do rapaz. É uma sensação que lhe deixa em brasas.
— Feche os olhos e me deixe te fazer sentir todos os cinco sentidos.
Assim ela faz. Nunca sentiu algo tão forte... tão intenso.
Aiden inicia sua “brincadeira”. Passeia a ponta língua pelo pescoço e vai subindo até o lóbulo. Dá uma breve sugada e, por fim, morde.
Arya solta um gemido quase inaudível.
— Quando eu terminar, seu gemido causará um maremoto. — Pega os cabelos dela, os emaranha entre os dedos e depois dá um puxão. Toma seus lábios com vontade, brincando com a língua dentro de sua boca.
A cabeça de Arya roda. Parece que está perdendo o chão. Sente-se inebriada com o sabor de hortelã da língua de Aiden.
Ele percebe que a garota está quase sem ar e para o beijo, dando pequenas mordidas no lábio inferior dela. Os olhos deles focam os dela. As pupilas estão dilatadas.
Arya demonstra frustração no momento em que ele para o beijo. Solta até um suspiro. Ela sabe que precisa dos braços dele ao seu redor. Ela é completamente inexperiente, mas sabe que precisa tomar a iniciativa agora. Copia, então, o que ele havia feito anteriormente: passa o polegar sobre o lábio inferior do rapaz. 
 — Sabia que aqueles olhares queria dizer alguma coisa. — As mãos de Aiden são bastante habilidosas. Rapidamente ele desse com uma, acariciando a coxa esquerda da garota e seguindo até sua virilha. — Você quer que eu continue? — Ele pergunta em sussurro.
 — Uhum... — É a única coisa que ela consegue dizer. Seus olhos demonstram desejo. Seu corpo está em chamas. Nesse momento não corre sangue por suas veias, mas sim lava derretida.
Enquanto ele vai lentamente puxando para baixo a lingerie da garota, Arya escuta seu nome ser chamado ao longe.
— Aryaaaaa... — Uma voz masculina a chama. O som está longe e abafado.
— Droga!!!! — Ela olha para Aiden e o faz tirar a mão de onde estava.
O rapaz é mais forte e não tira a mão. – Vai desistir logo agora? Você não é a dona de si?
— Alguém está vindo.... alguém está vindo... – O tom da voz dela é de pânico.
— Relaxa gatinha... – Ele força a tirada da lingerie.
— Aryaaaaa... — A voz masculina a chama. O som fica mais próximo. 
— Não Aiden... para... PARA AIDEN!!!! – Ela grita.
— Hey! O que eu fiz? – Aiden a observa sem entender nada.
Arya abre os olhos. — Âh?! – Seu corpo está deitado na areia. E Aiden está em pé próximo a ela. A mão dele sobre o ombro dela.
— Que sono pesado esse, hein? Como você consegue dormir aqui, com esse sol e ainda mais na areia?  Pingos de água caem sobre ela.
Ela não sabe o que responder. Levanta-se em sobressalto e bate as mãos no corpo para tirar a areia.
— Casey e eu arrumamos tudo dentro do carro. Iremos partir daqui a 10 minutos. – Ele também se levanta e inicia sua caminhada.
— Iremos para onde? — Ela dá uma carreirinha para acompanhá-lo.
— Para a minha safe house.
— Você tem uma safe house?
Ele dá de ombros. — Eu te falei que não sou um simples civil...
— Uhm... “Como irei olhar para ele depois de um sonho tão real e intenso?”
— Você está bem? Acho que está com insolação.
— Por quê?
— Suas bochechas estão rubras.
— Ah... – Abaixa o olhar completamente sem graça. “Não é insolação... é tesão mesmo.”
Os dois retornam a casa calados.

Já do lado de fora da casa e próximo do carro, Arya coloca a mochila de lanches no banco do carona. Enquanto Casey pega algumas garrafas de água.
— Acho que isso é tudo. – Ele comenta.
— Onde está Aiden?
— Não sei... ele disse que iria pegar algum material para não deixar vestígios de que estivemos aqui.
— O que é que ele irá aprontar? – A garota questiona tentando imaginar o que seria.
Não demora muito para Aiden aparecer, despejando no chão um líquido amarelado.
— Isso é gasolina? – Arya pergunta.
— Adivinhona. – Aiden fala sério.
— Você irá explodir a casa? – Dessa vez quem pergunta é o Casey.
— É tão óbvio assim? – Aiden, irônico.
— Mas porquê? – Ela o observa.
— Nosso DNA está por toda a casa. Não podemos deixar pistas.
— Parece que estamos vivendo em um filme da DC. – Casey fala quase rindo.
Aiden olha sério para Casey. — Olha só... o cara que está com a mãe de Ayra pode ser comparado ao Rei do Crime. Deu para você entender?
— Rei do Crime? – Ayra demonstra não saber quem é.
— WTF! — Casey solta um palavrão. — Rei do Crime é o vilão no mundo do Demolidor. O cara é foda.
— Então já deu para perceber que ninguém está de brincadeira aqui. — Aiden se aproxima do carro. — Entrem logo! — Ordena.
Casey é o primeiro a entrar. Senta-se no banco de trás e coloca o cinto. Depois Arya entra, senta-se no banco do carona e também coloca o cinto.
Vendo que os dois entraram, Aiden tira o isqueiro de metal do bolso. Abre e fecha a tampa algumas vezes. Entra no carro, joga o isqueiro aceso na mancha de gasolina e sai do local cantando pneu.
Casey e Arya olham para trás e se assustam assim que escutam a explosão.


2 comentários: